PROPOR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS
Para Anda David, especialista em questões de desigualdades da "Agence Française de Développement" (AFD), "uma pessoa com acesso à educação terá mais possibilidades de trabalhar e auferir um salário adequado". "Ainda não existe uma educação de qualidade", declarou Rohen d’Aiglepierre, economista especializado em educação e emprego na AFD.
O sistema educativo pode agravar as desigualdades se não for considerado desde o início para as combater. Este é nomeadamente o caso de França, segundo um relatório do "Conseil national d’évaluation du système scolaire" em França (CNESCO) desde 2016. "Em determinados países, desenvolvem-se sistemas educativos a duas velocidades, com os pobres no sistema público e os ricos no sistema privado", observou Rohen d’Aiglepierre.
Uma educação de qualidade deve comportar um número suficiente de professores competentes. Para além disso, deve colocar de parte os estereótipos veiculados nos manuais escolares e favorecer a diversidade social, misturando alunos de diferentes origens e condições sociais. "Ao longo dos anos, a sensibilidade relativamente às pessoas com as quais se contacta no sistema de ensino evolui", destaca Rohen d’Aiglepierre.
O acesso ao sistema educativo também deve ser facultado mediante um custo comportável, particularmente para as famílias pobres, através de estabelecimentos de ensino localizados perto das famílias e instalações que não desencorajem determinados alunos de frequentar a escola, por exemplo a falta de acesso a casas de banho separadas para os adolescentes.
Mas para que estas mudanças permitam reduzir as desigualdades é ainda necessário "evitar a dispersão da igualdade", reforçou Rohen d’Aiglepierre. "Executar a mesma ação em todos os países pode fazer aumentar as desigualdades. É necessário agir caso a caso, visando não a igualdade, mas a equidade. "
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